O torcedor do Tottenham aprendeu a conviver com a frustração. Ano após ano, o time chegava perto, batia na trave, mas o grito de campeão insistia em ficar preso na garganta. Desde 2008, quando a equipe levantou a Copa da Liga Inglesa contra o Chelsea, o clube londrino passou por quase duas décadas sem sentir o gosto de uma grande conquista. A cada temporada, as esperanças se renovavam, mas o vazio permanecia. A espera foi tão longa que já fazia parte da identidade do clube: sempre competitivo, mas sem a consagração necessária para entrar na galeria dos grandes vencedores do futebol europeu recente.
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O dia 21 de maio de 2025 ficará eternamente gravado na memória dos torcedores. No estádio San Mamés, em Bilbao, o Tottenham enfrentou o poderoso Manchester United pela final da Europa League. O clima era de tensão, como se cada passe valesse mais que ouro. O time comandado por Ange Postecoglou entrou em campo com coragem, ciente de que carregava a responsabilidade de acabar com 17 anos de jejum e de devolver ao clube o status que parecia esquecido. E foi justamente nessa atmosfera de pressão que surgiu o herói improvável: Brennan Johnson, empurrando a bola para as redes após jogada construída por Pape Sarr e um desvio infeliz de Luke Shaw. O gol solitário foi suficiente para devolver ao Tottenham a taça que a torcida tanto sonhava.
Não se tratou apenas de levantar a Europa League. Essa conquista significou a libertação de um peso histórico. Foram 6.296 dias de espera, mais de 17 anos convivendo com a ideia de que o Tottenham poderia ser grande, mas nunca conseguia provar em campo. O título europeu de 2025 colocou fim a esse rótulo, mostrando que os Spurs não estavam condenados ao papel de coadjuvantes.
Antes desse título, a última vez que o clube havia vencido uma competição europeia remontava a 1984, quando conquistou a antiga Copa da UEFA. Ou seja, além de quebrar o jejum doméstico, a equipe também encerrou 41 anos sem um troféu continental, um feito que mexeu profundamente com a autoestima da torcida e com a imagem do clube no cenário internacional.
O treinador Ange Postecoglou sempre carregou a fama de transformar clubes em vencedores em seu segundo ano de trabalho. E em Londres, não foi diferente. Carismático, ousado e com uma visão de jogo ofensiva, o técnico australiano escreveu seu nome na história ao conduzir o Tottenham ao tão aguardado título. Para muitos torcedores, Postecoglou se tornou a personificação da virada de página que o clube tanto buscava.
Antes da noite histórica em Bilbao, a última vez que o torcedor pôde comemorar havia sido em fevereiro de 2008, na final da Copa da Liga Inglesa. Naquela ocasião, os Spurs derrotaram o Chelsea em Wembley por 2 a 1, com gols de Dimitar Berbatov e Jonathan Woodgate. Aquela conquista parecia o início de uma nova era, mas acabou sendo um ponto isolado em uma longa caminhada sem títulos. A vitória de 2025, portanto, não só encerrou um ciclo doloroso, mas também resgatou o orgulho de um clube que sempre acreditou em seu potencial.
Levantar a Europa League abriu portas para muito mais do que uma vaga na próxima Champions League. O título fortaleceu o ambiente interno, deu moral ao elenco e provou que a camisa do Tottenham ainda pesa em decisões grandes. Essa confiança tende a influenciar diretamente os próximos anos, já que jogadores e torcedores passaram a acreditar de novo que tudo é possível.
Coincidência ou não, a conquista veio justamente em um período de transformação nos bastidores. Daniel Levy, depois de quase 25 anos, se afastou da gestão executiva, abrindo espaço para uma nova estrutura administrativa. Essa mudança, somada ao título em campo, cria a sensação de que o Tottenham vive um verdadeiro renascimento, não apenas esportivo, mas também institucional.
O último título do Tottenham foi a Europa League de 2025, conquistada diante do Manchester United em Bilbao. Um troféu que valeu muito mais do que a taça em si: representou o fim de um jejum de 17 anos sem conquistas e encerrou um vazio de 41 anos sem levantar um título europeu. Para o torcedor, significou a volta da esperança, a confirmação de que o clube pode sim sonhar alto e um capítulo que ficará marcado para sempre na história.
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