Afinal, o que aconteceu com o time do Fortaleza?

Resumo

CEO do Fortaleza sobre atentado: “Não houve morte por centímetros”

Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, marcou presença no Domingol desta semana e abordou a gravidade dos impactos do atentado que a delegação do clube enfrentou recentemente. O incidente ocorreu quando a equipe deixava a Arena de Pernambuco, na região metropolitana do Recife, durante a última madrugada.

“Estou profundamente consternado. Testemunhei o terror de perto, a possibilidade de morte, uma emboscada, uma cilada. Já se passaram alguns dias desde o incidente e ninguém foi detido. Não há qualquer imagem das pessoas responsáveis por isso, o que me surpreende, dado que eram mais de 100 pessoas; é fácil obter imagens e até agora nada”, declarou.

O dirigente ressaltou que, segundo médicos e legistas, por pouco não ocorreram mortes ou ferimentos graves.

“O mundo do futebol precisa se indignar mais. Por muito pouco, poderia ter havido uma fatalidade envolvendo uma pessoa que trabalha com futebol, um jogador. Isso foi afirmado pelos médicos que realizaram os exames de corpo de delito em nossos atletas. Bastaria uma diferença de 1 ou 2 centímetros e poderia ter acertado uma veia vital, perdido um olho, atingido a cabeça. Por um milagre, escapamos de algo pior no ataque que sofremos”, complementou.

“Ontem, a mesma torcida (Sport) esteve presente no jogo contra o Náutico, e houve brigas novamente após o jogo. Enquanto isso, nossos atletas estão com pontos no rosto, estilhaços na perna, sofrendo lesões e traumas psicológicos. Como podemos ignorar isso? Isso é inaceitável. Vamos simplesmente voltar a falar de outros jogos e fingir que nada aconteceu? Escobar está profundamente abalado”, acrescentou.

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Paz ainda acrescenta…

Paz expressou seu desejo de liderar o debate sobre mudanças na legislação para proteger atletas e profissionais envolvidos com o futebol: “Buscarei ser uma voz que levante essa questão por muito tempo e que busque alterar essa legislação, criar medidas que desencorajem esse tipo de situação. Já ocorreram diversas vezes, em diversos lugares, sem punição. A impunidade é a mãe do próximo crime e das próximas vítimas”.

O dirigente também mencionou que a vontade inicial era de não participar da Copa do Nordeste, mas compreende que essa decisão prejudicaria o clube.

“Internamente, discutimos e inicialmente queríamos desistir da Copa do Nordeste, esse era o protesto que realmente desejávamos fazer. Contudo, ao fazermos isso, prejudicaríamos o clube. Poderíamos sofrer outras sanções se abandonássemos a competição, mas discutimos bastante sobre isso”, relatou.

“Era o que desejávamos. Como não temos controle sobre os outros clubes, confederações, nem sobre a polícia, que até agora não prendeu ninguém, só podemos fazer o que está ao nosso alcance”, afirmou.

Marcelo Paz também afirmou que nenhum outro clube o procurou para discutir ações conjuntas.

“Houve manifestações de solidariedade, declarações individuais, mas nada nesse sentido de paralisar as atividades ou tomar medidas mais drásticas, o que talvez seja necessário para provocar uma reflexão e uma mudança real”, concluiu.

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